Compilando um novo Kernel
Porque alguém desejaria compilar um um novo kernel? É mais provável que
não precise fazer isto, pois o kernel da debian padrão trabalha com a
maioria das configurações. No entanto, é útil compilar um novo kernel
para:
adicionar suporte a hardwares especiais, ou hardwares que conflitam com
os kernels padrões
adicionar suporte a hardware ou opções não incluídas no kernel padrão, tal
como APM ou SMP
otimizar o kernel removendo controladores desnecessários e
deixar a inicialização mais rápida
utilizar opções do kernel que não suportados no kernel padrão
(como suporte a grande quantidade de memória RAM)
executar um kernel atualizado ou em desenvolvimento
impressionar seus amigos, tentando coisas novas
Gerenciamento da imagem do kernel
Não tema tentar compilar um novo kernel. É divertido e proveitoso.
Para compilar um kernel usando o método da Debian, será necessário
instalar alguns pacotes:
kernel-package,
kernel-source-&kernelversion; (a versão mais
recente quando este documento foi escrito), fakeroot e
alguns outros pacotes que provavelmente já estão instalados (veja
/usr/share/doc/kernel-package/README.gz para ver a
lista completa).
Este método construirá um .deb do seu fonte do kernel e caso tenha
módulos não-padrões, criar um arquivo .deb dependente destes também.
É uma ótima maneira de gerenciar imagens do kernel; O
kernel será gravado em /boot, incluindo o arquivo
System.map e um log do arquivo de configuração ativo da compilação.
Note que não precisará compilar seu kernel usando
o Método da Debian
; mas nós achamos que o uso do sistema de
empacotamento para gerenciamento do kernel é seguro e fácil. De fato, você
poderá pegar os fontes do kernel do Linus ao invés do
kernel-source-&kernelversion; e ainda usar o método
de compilação do kernel-package.
A documentação completa do kernel-package
é encontrada sob o diretório /usr/share/doc/kernel-package.
Esta seção contém somente um breve tutorial.
Para mais adiante, nós assumiremos que tem controle completo sobre sua máquina
e descompactará seu fonte do kernel em algum lugar dentro do seu diretório
de usuário
Existem outras localizações onde pode descompactar os fontes do kernel
e construir seu próprio kernel personalizado, mas isto é fácil pois não
requer permissões especiais.
. Nós assumiremos que sua versão do kernel é
&kernelversion;. Tenha certeza que está no diretório que deseja descompactar os
fontes do kernel, descompacte-os usando tar xjf
/usr/src/kernel-source-&kernelversion;.tar.bz2 e mude para
aquele diretório kernel-source-&kernelversion;
que foi criado.
Agora você poderá configurar seu kernel. Execute o comando make
xconfig caso o X11 esteja instalado, configurado e
sendo executado, make menuconfig (será necessário o pacote
libncurses5-dev instalado). Leve algum tempo lendo as
mensagens de ajuda on-line e selecione as opções cuidadosamente. Quando
estiver em dúvida, é melhor incluir o controlador de dispositivo
(o programa que gerencia periféricos de hardware, tal como placas
Ethernet, controladores SCSI e outras). Tenha cuidado: outras opções
não relacionadas a hardwares específicos, devem ser deixadas no
valor padrão caso não as entenda. Não se esqueça de selecionar a
opção Kernel module loader
em Loadable module support
(esta opção não é selecionada por padrão). Caso não estiver incluida, as
instalações usando a Debian podem apresentar problemas.
Limpe a árvore de fontes e resete os parâmetros do pacote kernel-package.
Para fazer isto, execute o comando make-kpkg clean.
Agora, compile o kernel:
fakeroot make-kpkg --revision=custom.1.0 kernel_image.
O número de versão 1.0
poderá ser modificado se desejar; este é
somente um número de versão que usará como controle sobre as construções do
seu kernel. De forma parecida, poderá colocar uma palavra no lugar
de custom
(e.g., um nome de máquina). A compilação do Kernel
poderá levar um tempo, dependendo do poder de processamento da sua máquina.
Caso precise do suporte a PCMCIA, você também precisará instalar o
pacote pcmcia-source. Descompacte o arquivo
tar.gz como root no diretório /usr/src (é importante
que os módulos sejam encontrados no local onde o programa espere encontra-los,
no caso, o diretório /usr/src/modules). Então, digite como
usuário root make-kpkg modules_image.
Assim que a compilação estiver concluída, você poderá instalar o kernel
personalizado como qualquer pacote. Como root, execute o comando dpkg -i
../kernel-image-&kernelversion;-sub-arquitetura_custom.1.0_&architecture;.deb.
A parte sub-arquitetura é uma sub-arquitetura
opcional,
tal como i586
,
dependendo das opções do kernel que escolheu.
O comando dpkg -i kernel-image... instalará o kernel,
junto com outros arquivos de suporte. Por exemplo, o
System.map será instalado
(útil para depurar problemas no kernel) assim como o
/boot/config-&kernelversion;
(contendo seu conjunto de configurações do kernel). Seu novo pacote
kernel-image-&kernelversion; é também
inteligente o bastante para usar automaticamente o gerenciador de partida
de sua plataforma para executar uma atualização do setor de partida para
que a inicialização ocorra sem problemas. Caso tenha criado um pacote
PCMCIA, você precisará instala-lo também.
É hora de reiniciar o sistema: leia cuidadosamente o alerta que o passo
acima produziu, então execute o comando shutdown -r now.
Para mais informações sobre o kernel-package, leia
a bela documentação em /usr/share/doc/kernel-package.